quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Sempre comigo

Os dias estão passando tão rápido que nem mais percebo que dia é.
A rotina em que me encontro faz de mim uma pessoa robotizada pelos afazeres que completam o ciclo da vida que vou levando sem reclamar. A chuva que cai lá fora me atrapalha a ir embora do lugar que todo dia estou, mas nem sempre em estado mental, apenas físico e então eu preciso esperar mais meia hora. Não a nada o que fazer. O celular não toca e isso me da à impressão de não ser lembrada, as músicas que coloquei no mp3 estão me enjoando e meu cabelo está sujo, me lembro que preciso lavar. As lembranças de coisas sem sentindo começam a pairar em minha mente, e eu num canto, encostada, me perco por alguns segundos nos momentos que vivi anteriormente. A chuva não para de cair e cada vez mais forte ela vai lavando a cidade. Lava a rua, lava os carros, lava a alma de quem passa. Tem gente com pressa, gente perdida, gente molhada e gente como eu, lá, só esperando as águas que São Pedro decidiu jogar sob a cidade cessar e assim ir pra casa. Ela fica longe, e os meus pensamentos fazem o mesmo, se perdem enquanto vou, enquanto a tempestade passa. Eu lembro dos gestos sinceros e aquilo me incomoda. Lembrar às vezes é perturbador, e a chuva e o frio me levam a nostalgia, e meio que num protesto mando minha mente parar.
Com os pés molhados e sem nenhuma vontade de fazer qualquer outra coisa, chego em casa. Deito-me. Olhando praquele teto sem cor, só tentando diminuir o cansaço dos olhos, mas era fato que minha mente pregaria novamente mais uma peça. E os pensamentos voltaram mais fortes, mais reais, mais vividos, e eu me deixei cair naquela armadilha, e me vi perdida em suspiros e inconsciência. Eu pensei nele, eu pensei em mim, eu pensei em nós, eu pensei na minha vida e na dele, lembrei dos nossos momentos, me lembrei que tinha que lavar o cabelo, ele estava sujo. Então cortada por uma obrigação repentinamente eu me vi sozinha, apenas com ele, o meu pensamento, e percebi que ele estava comigo todo o momento. Debaixo do chuveiro, naquela água quente e até aconchegante, eu senti falta de braços, de boca, de corpo. Mas eu podia sentir, com a ajuda dos meus pensamentos.
Eu voltei pro aconchego da minha cama depois de vestir aquela roupa de sempre, aquele pijama desgastado, mas que eu gosto tanto, o sono indo e vindo. O celular não tocou, as imagens na TV não tinham graça e só pensamentos ficaram pairando. Ele está aqui, em meus pensamentos. O sonho chega , eu durmo, enfim.
Que dia é hoje? Os dias estão passando tão rápido que nem mais percebo que dia é.

2 comentários:

  1. Ficou muito feliz por ter conhecido você. Me impressiono a cada momento com o tamanho da sua sensibilidade, que é capaz de transformar toda a angustia que sentimos em palavras tão simples mas ao mesmo tempo tão profundas.

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  2. Rááááá....glu glu glu..yeah yeah.
    Me sinto ingles lendo vc baby!

    M.A.S. e ui'

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