domingo, 12 de setembro de 2010

Pimeiro.

O TAL CONTO DAQUELE DIA NO ÔNIBUS!


Eu não esperava muito daquela manhã sem graça, eu simplesmente acordei e me vesti da mesma forma que faço todos os dias, a viagem foi normal, como sempre, as músicas no volume mais alto fizeram do caminho um pouco mais curto, e como faço todos os dias utilizei do transporte público para que pudesse chegar ao meu destino, meu trabalho. Meus óculos, que sempre uso me dão a vantagem de poder olhar para qualquer lugar e não ser pega, e foi assim que pude saber naquele momento que teria a oportunidade de presenciar um flerte, totalmente ocasional. Sem pensar duas vezes retirei o fone dos ouvidos, que tapavam todo som externo, e assim pude saber que qualquer coisa pode acontecer em qualquer lugar.
Ela era mais velha, meio surrada pela vida, e pude confirmar isso depois de uma de suas confissões durante a viagem. Ela lia um livro amassado com folhas amareladas e sujas, ou simplesmente folheava as páginas sem destino no olhar, só olhava, acho que esperando por algo. A maquiagem era bem marcada em seu rosto, dando a impressão de sujeira até, um batom roxo um pouco borrado, o que enfatizava a falta de um dente, e nos cabelos cacheados um creme para pentear que escorria pelos ombros, seu decote não era nem um pouco singelo, era sim bem provocante, e suas sandálias estavam bem sujas, terra eu acho, algo assim. Do seu lado um cara não menos estranho que ela, com uma roupa estilo fim de semana, ele tentava passar a imagem de um "garotão", tênis, bermuda e camiseta cavada. Ele não tinha o corpo para usar uma camiseta cavada, acredite não tinha mesmo, conheço pessoas que se sairiam bem melhor que ele nesse requisito, mas... Deixe. Ele usava no cabelo um gel, creio eu, que deixava o cabelo espetado, tinha seus trinta e sete ou trinta e oito anos, e acho que, voltando à mulher, ela tinha por volta disso também. Não sou muito boa com essas coisas.
Enquanto a música tocava, que agora não me lembro de jeito nenhum qual era, pude perceber que ali começava uma conversa, sem sentido, quase que premeditada pelo sexo masculino. Ele perguntou sobre o livro, olhando para o decote dela, ela se virou e fingindo não ter interesse disse que era até interessante, trazia boas respostas para algumas coisas. Uma boa leitura. Surpreendi-me! Imagino que ele nem sabia que livro era, foi só uma forma, nem um pouco frustrada, já adianto, de conseguir algo. Do livro a conversa foi bruscamente modificada para o destino que cada um tomava naquele dia, ele foi o primeiro a questionar e ela sem pestanejar logo disse que estava caminho da casa de seu namorado. Seria uma boa forma talvez de dizer que não estava ali pra conversas. Mas; engana-se quem pensa que ele desistiu, bem pelo contrário, parece que foi naquele momento que ele teve mais interesse, usando de piadinhas quanto ao estado civil da mulher ele quis saber mais, mas não sobre seu suposto amado e sim dela, o que ela iria fazer a noite. Ela por sua vez, questionou também o destino dele, que prontamente disse estar indo ao banco. “Hum”, foi o que ela disse.
Parecia que o assunto teria um fim já que ela voltou a ler o livro amassado e amarelado, mas ele em um gesto de galanteador barato colocou sua mão sobre a dela no apoio que se vê em todos os ônibus e disse: “É pra sentir você, e também pra você não me esquecer!”. Eu juro que não acreditei naquela visão, mas sabia que aquela paquera poderia dar em alguma coisa, literalmente!
O destino dela estava por vir, e descer do ônibus significava ir embora e não ver mais, mas o homem sem pensar duas vezes já pediu à mulher que desse seu número para que ele pudesse falar com ela a noite, perguntou sobre festas e ela lhe contou sobre seus gostos, e é nessa hora que conto uma de suas confissão, que já tinha três filhos, que adorava pizza e que adoraria que ele ligasse pra ela a noite, mas não antes das dez, disse ela, já que pretendo me arrumar, arrumar meus cabelos e como você sabe, disse ela “Eu tenho namorado”. Ele com um sorriso cafajeste de lado disse que ligaria depois, e antes de anotar o número dela, fez uma pergunta que soou engraçada pela conversa que tiveram por toda viagem; “ Qual seu nome?” Ela deu um sorriso e disse, e ele também se apresentou. Eram nomes estranhos, isso eu sei, mas não me pergunte qual. Os dois riram da situação já que a conversa que parecia sem sentido teve até a anotação de número de telefone e toques sutis. O fim da viagem pra ela chegou, assim como pra mim, ele para se despedir deu-lhe um beijo no rosto e disse: “te ligo viu!?”, ela com ar de difícil e ao mesmo tempo esperando por uma aventura confirmou com um sorriso que o atenderia. A viagem terminou, tanto pra mim quanto pra ela, que tomamos caminhos diferentes. Mas, será que eles se encontraram?! Será que o telefone tocou naquela noite? Algo aconteceu, mas como na minha mente eu criei um fim dessa história, você também pode criar um fim, agora fica contigo e com sua criatividade. Só não seja muito puritano, creio que seja necessário não ter censuras...

Júlia Lins (To assinando por que é meu)

2 comentários:

  1. Ah é claro né que ue vim seguir, o blog que me inspirou a fazer o meu blog! beijos amiga, seguindo vc ;*

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