domingo, 26 de setembro de 2010

A despedida.

...

Olhando pra janela sem rumo no olhar, eu buscava calmamente, sem pressa, encontrar uma faísca, uma pequena possibilidade de ficar ali
Sabia que seria em vão tentar manter meu corpo naquele lugar por mais tempo.
Eu não gostava do sentimento que me consumia friamente, o sentimento da despedida, da desprega das bocas e dos corpos.
Eu queria ficar e não sair! Mas isso seria lutar sem armas. Não era viável fazer.
Mas o instante em que me perdia nas visões ilusórias mostradas pela janela, passou rápido, mais que do podia supor.
E mais rápido ainda foi passando o tempo até chegar ao fim, naquela despedida
Segurando aquela lágrima que ousava em cair, que prevista pelo decorrer do dia se mostrava e contava o segredo que queria esconder:
Já sentia saudades.
O acúmulo de boas coisas e de alegrias ficou num canto e deram estranhamente um espaço maior que o esperado à saudade e a tristeza momentânea.
Era egoísmo dizer, mas eu o queria sempre, queria levar ou apenas ficar.
Ele ria, com sorriso bonito e olhos fixos, olhava e dizia sem falar que não haveria preocupação,
Era só fase. Ia passar.
O abraço dado tantas vezes gostosamente numa esquina, despreocupado e forte,
Naquela hora era pouco apertado, afrouxado vagarosamente para libertar meu corpo e me deixar ir.
Os olhos dele continuavam a falar em códigos, em sinais,
E no entender profundo da alma e do maior sentimento eles sabiam que o próximo encontro viria e não haveria o porquê de se preocupar.
Era só passagem.
E a saudade seria superficial e irrelevante diante de tudo que existia entre eles.
Olhando pela janela com rumo e sem buscar nada, eu voltei pr‘aquela realidade.
Eu não queria voltar!




Júlia Lins / 01/09/2010

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